A Física Médica é a aplicação dos conceitos, leis e modelos da física à medicina. Tradicionalmente e por razões históricas, a Física Médica está muito ligada à utilização das radiações ionizantes nas áreas do radiodiagnóstico, medicina nuclear, radioterapia externa e braquiterapia. No entanto, as suas áreas de actuação são muito diversificadas, estendendo-se por áreas como a bioeletricidade, a bio-óptica, a termografia, a hipertermia, a terapia e o diagnóstico com radiações não ionizantes, etc.
Cabe ao(à) Físico(a) Médico(a) garantir a administração da radiação ao doente de forma segura e efectiva para alcançar o resultado diagnóstico ou terapêutico tal como foi prescrito pelo médico. É da responsabilidade do(a) Físico(a) Médico(a) a execução e/ou supervisão dos procedimentos adequados para alcançar este objectivo. O papel do(a) Físico(a) Médico(a) tem por isso grande impacto e importância nos processos de saúde e contribui de uma forma muito concreta para a segurança na utilização da radiação ionizante em medicina e para a melhoria da saúde dos cidadãos.
O(a) Físico(a) Médico(a) pode exercer funções em 3 sectores de actividade: hospitalar, investigação e docência.
De uma forma muito genérica, as principais responsabilidades do(a) Físico(a) Médico(a) que exerce em ambiente hospitalar são as seguintes:
Medição e caracterização da radiação;
Desenvolvimento, implementação e supervisão de programas de garantia da qualidade;
Estabelecimento de protocolos adequados para garantir a administração correcta e precisa da radiação ao doente;
Determinação da dose administrada ao doente;
Desenvolvimento dos procedimentos necessários para assegurar a qualidade da imagem;
Colaboração com os restantes profissionais da saúde na optimização do balanço entre os efeitos benéficos e os efeitos nocivos da radiação;
Definição das especificações técnicas dos equipamentos e planificação de novas instalações;
Desenvolvimento, implementação e supervisão de programas de protecção e segurança contra as radiações para trabalhadores e pacientes.
Segundo as recomendações europeias, o(a)s Físico(a)s Médico(a)s que trabalham em ambiente hospitalar, devem possuir para além de uma formação académica sólida em física (nível de mestrado em Física Médica), uma formação profissional em ambiente hospitalar de pelo menos dois anos.
Na área da investigação, encontramos um campo muito vasto de trabalhos de desenvolvimento de novas técnicas, instrumentos e tecnologias que têm como objectivo um avanço nas áreas da prevenção, do diagnóstico e do tratamento de doenças.
Na sua grande maioria o(a)s Físico(a)s Médico(a)s desenvolvem actividades de docência em universidades e institutos. Nestes, leccionam diversas disciplinas ligadas à Física Médica e Protecção Radiológica numa grande variedade de cursos (Física, Engenharia Física, Engenharia Biomédica, Biofísica, Medicina, Tecnologias de Diagnóstico e Terapêutica) apoiando ainda projectos de mestrado e doutoramento.